quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Minha Crônica

Lá estava eu, sentado na areia da praia sentindo aquela calmaria de tarde quando de repente me bate aquela nostalgia que levava-me a infância maravilhosa onde tudo era perfeito e que minha única preocupação era se iria ou não chover no outro dia para eu poder saber se minhas brincadeiras no quintal estariam arruinadas.Não que eu não gostasse dos dia de chuva (esses eram maravilhosos).Somente nos dias de chuva é que podíamos sentir o cheirinho de terra molhada e ficar deitado na cama sem fazer nada ,somente ouvindo o barulho da chuva sobre o telhado.
No quintal que a brincadeira começava. Fazíamos de tudo e a imaginação corria solta,sim é claro se o leitor pensou que eu tive uma infância solitária ,está completamente enganado. Minha infância foi repleta de crianças ao meu redor, como tenho vários tios muitos primos também.Tudo era assim em família.
Quando me dou conta já está para anoitecer aí viro para o lado e me deparo com um pai pescando junto à seu filho e lhe dando instruções de como pegar um peixe grande.
Aquilo de algum modo mexeu comigo profundamente.Sentia-me por parte um tanto egoísta e ao mesmo tempo só, e isso porque não tive filho algum  e não poderei acompanhá-lo a uma infância inexistente já que meu filho nunca existiu.Mas deixando meu instinto paternal um pouco de lado e colocando meu raciocínio prático e sensato em movimento, digo que valeu ser quem fui quando pequeno,vale mais ainda ser hoje o que sou,sinto-me inteiramente realizado.
Saí dali já era noite,e a única coisa que ali permanecia era o silêncio.Levantei-me e fui caminhando para a casa com a sensação de alívio por perceber que aquela criança que eu teria sido há muito tempo não tinha se apagado por inteiro e que eu ainda a guardava um pouco comigo.

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