sexta-feira, 1 de julho de 2011

De uma carta de Hélio Pellegrino

" O homem, quando jovem, é só, apesar de suas múltiplas experiências. Ele pretende, nessa época, conformar a realidade com suas mãos, servindo-se dela, pois acredita que, ganhando o mundo, conseguirá ganhar-se a si próprio  Acontece, entretanto, que nascemos para o encontro com o outro,e não o seu domínio. Encontrá-lo é perdê-lo, é contemplá-lo na sua libérrima existência ,é respeitá-lo e amá-lo na sua gratuita e total inutilidade. O começo da sabedoria consiste em perceber que temos e teremos as mãos vazias, na medida  em que tenhamos ganho ou pretendamos ganhar o mundo. Neste momento, a solidão nos atravessa como um dardo. È meio-dia em nossa vida, e a face do outro nos contempla como um enigma. Feliz daquele que, ao meio-dia, se percebe em plena treva,pobre e nu. Este é o preço do encontro, do possível encontro com o outro. A construção de tal possibilidade passa a ser, desde então, o trabalho do homem que merece o seu nome."

segunda-feira, 27 de junho de 2011

No planeta do sem fim equilibra-se um planeta,
Entre o planeta e o sem fim
A asa de uma borboleta...

domingo, 3 de abril de 2011

"ESSA MINHA VIDA É UM TÉDIO DISFARÇADO COM O PITORESCO DO COTIDIANO".....

sábado, 2 de abril de 2011

fisicamente seremos um dia, apenas dentes. não sobra nada: pele, carne, cabelo, roupa; nada. apenas dentes. dentes a sorrir, dentes brancos ou amarelos, dentes perfeitos ou apinhados. apenas dentes. outras duas coisas ficam no campo do intangível: o sentimento e o conhecimento. é o que devemos buscar.

sinto ciúme dos que vivem ao seu redor, que conversam com você e escutam seu sotaque. daqueles que no dia a dia, você divide suas idéias lindas e fala dos teóricos recém-descobertos. dos que escutam as músicas do teu laptop. daqueles que tomam o seu café e sentam no meu tapete. dos que podem ver a tua sombra desenhada na parede. dos que te levam pra fazer compras pela manhã. dos que te vêem descer correndo as escadas para buscar o jornal.


 ele me lê trechos em voz alta, quando se empolga com algo bonito escrito nos livros

Perfídia

O que quer saber?
Da minha dor?
Da solidão que me corrói a cada instante?

deixe que meus olhos digam por mim,
tente decifrá-los,
Deixe dizerem o que realmente estou sentindo,
O que passa pela minha alma.
A ferida que me causaste,
carregando a minha calma.

Tudo que fica é o silêncio,
Produto da solidão que se tornou minha unica companhia.
Foi-se embora o amor,carregando você que era fonte da minha alegria.

Fui obrigado  a te deixar,
Pois não suportei esta impiedosa traição,
No dia que foste embora,levou também meu coração.